Estoicismo
Tanto o estoicismo quanto o epicurismo são correntes filosóficas que se desenvolveram no chamado período helenístico, uma época de decadência da cultura clássica grega.
A ética estóica estabelece a virtude como o único bem da vida humana. Para os estóicos, representados por Zenão de Cécio (336-164 a .c.), Sêneca (4-65 d.c.) e Marco Aurélio (121-180 d.c.), viver de acordo com a virtude significa viver de acordo com a própria natureza, ou seja, viver de acordo com a razão. Assim, recomendavam os estóicos o domínio sobre os afetos e inclinações que constituíam para eles o lado patológico da realidade humana. Nesse caso, sendo a virtude o único bem, o vício constituía para eles o único mal a ser evitado.
O epicurismo é a segunda das correntes de pensamento eticamente relevantes do período helenístico. Para Epicuro (341-270 a .c.) o bem supremo é a obtenção de prazer na ação humana, motivo pelo qual é considerado o inaugurador do hedonismo. Em seu pensamento, a felicidade confunde-se com o prazer do indivíduo. Contudo, para o filósofo entre todos os prazeres que o ser humano pode alcançar os mais elevados e duradouros são os prazeres do espírito. Assim, entre os prazeres do corpo e os prazeres do espírito, entre os prazeres violentos e os prazeres serenos, o epicurismo inclina-se para os últimos, recomendando moderação e equilíbrio racional entre as paixões e sua realização.
Idade Média
Durante a Idade Média, ao contrário do que foi por muito tempo divulgado, houve um notável desenvolvimento científico, cultural e intelectual, principalmente entre os séculos XII e XV.
As invasões bárbaras que deram fim ao Império Romano do Ocidente no século V levaram a população urbana a refugiar-se no campo, o que enfraqueceu o poder dos reis e possibilitou o surgimento de um novo tipo de relação, a vassalagem. A servidão substitui a escravidão e o cristianismo se consolida como religião da Europa. Todas essas mudanças influenciaram profundamente o modo como se pensava e se agia.
Ética cristã
A ética cristã pode ser conceituada como a tentativa de estabelecer de forma coerente e sistemática os padrões de comportamento humano segundo os preceitos do evangelho. Durante a Idade Média os pensadores cristãos tentaram conciliar esses preceitos com os ensinamentos dos filósofos pagãos da Grécia Antiga (principalmente Platão e Aristóteles) de onde se originaram duas grandes obras, a de Santo Agostinho e a de São Tomás de Aquino.
A Idade Moderna
Com o enfraquecimento dos senhores feudais e o fortalecimento da monarquia, os reis se aliam à burguesia na conquista do Novo Mundo. A Idade Moderna aparece marcada pelas transformações decorrentes do aquecimento da economia em função da descoberta de novas terras. A aliança que possibilitou essas descobertas é chamada pelos historiadores de Antigo Regime, sua característica fundamental é a centralização do poder político nas mãos do soberano.
Como não podia deixar de ser, essas mudanças repercutiram no pensamento europeu.
A Idade Contemporânea
A Revolução Francesa que pôs fim ao Antigo Regime inaugura a Idade Contemporânea. Liderada pelo grupo de comerciantes que surgiu no final da Idade Média, a burguesia, e que durante a Idade Moderna detinha apenas o poder econômico, a Revolução foi responsável por estabelecer um novo ordenamento social e político, no qual a burguesia assumiu seu papel central.
O iluminismo é o traço fundamental do pensamento que se liga à Revolução Francesa, mas paradoxalmente a contemporaneidade será a época também de contestação desses ideais.
Nietzsche
O pensamento de Friedrich Nietzsche é quase inteiramente atravessado por questões morais e éticas: pensar sobre os valores e estabelecer novos valores consistia para ele a tarefa própria do filósofo. Nietzsche parte de um diagnóstico severo da cultura Ocidental. Para ele, a moral que prevaleceu no Ocidente é uma moral de escravos quer ela se mostre como arraigada no cristianismo e no judaísmo, quer ela seja fundamentada e advogada pela própria filosofia. Ao lado do cristianismo, a metafísica platônica que esta na origem e no desenvolvimento do pensamento ocidental é considerada um ideal de degradação do mundo sensível e da vida em prol de um mundo inteligível ou divino. Para o filósofo o cristianismo, ao pregar a salvação da alma em um mundo de felicidade eterna, um paraíso para eleitos, depreciaria o mundo terrestre e a vida humana concebendo-os como aparentes, provisórios e inautênticos. Nesse sentido, o cristianismo nada mais seria que uma vulgarização do platonismo, um “platonismo para o povo”, já que Platão estabeleceu um mundo de Idéias perfeitas em contrate com o mundo sensível.
Para Nietzsche, na origem da cultura ocidental há, portanto, uma inversão dos valores, uma substituição dos valores afirmativos dos nobres e senhores pelos valores dos escravos. O que o filósofo chama de “revolta escrava” na moral é o movimento pelo qual os mais fracos e menos aptos à vida, concebem seus valores por oposição aos fortes e saudáveis e, assim fazendo, erigem um ideal contrário à vida terrena.
Dado este diagnósitico da cultura, Nietzsche se impõe a tarefa de “transvalorar todos os valores”, ou seja, de denunciar os valores dados como contrários à vida e preparar assim um retorno aos valores autênticos, o que equivale a instituição de valores que afirmem a vida.
Sartre
Para Sartre o homem é definido pelo que faz de si mesmo, o homem é antes de tudo um projeto cuja essência só pode ser construída na existência. A responsabilidade é a dimensão fundamental da vida humana decorrente de sua liberdade. No existencialismo sartreano o homem é responsável por aquilo que faz. Ao escolher, escolhe também toda a humanidade pois escolhe a imagem do homem tal como julga que ele deve ser.
Ao agir, contudo, o homem não pode evitar a angústia, ou seja, o sentimento de que de sua liberdade decorre uma profunda e total responsabilidade por seu ser e pelo caráter da humanidade. É o próprio fato de estar lançado, abandonado no mundo que constitui ao mesmo tempo a abertura para as possibilidades do humano e sua angústia frente ao fato de ter sempre que escolher.
A ética sartreana pode ser caracterizada como uma “ética da liberdade” pois a liberdade é a dimensão fundamental do homem. Ela não se exerce porém em abstrato, não é puramente formal como a liberdade inteligível de que falava Kant. A liberdade agora aparece no interior da vida cotidiana, numa situação histórica e social determinada que pode ser assumida ou rejeitada pelo homem, mas que sempre lhe reclama uma decisão, uma escolha. Uma vez que Deus não existe, o homem deve inventar seus próprios valores, legislar sobre sua própria conduta e realizar-se como humano em consonância com a imagem da humanidade implicada por sua ação. Este é o sentido do humanismo existencialista concebido por Sartre.
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