§1. Poderia começar uma breve definição da Escola Austríaca afirmando ser uma escola heterodoxa, pouco conhecida nos próprios meios econômicos. Com isso, efetivamente me prestaria a um sem números de mal-entendidos, os quais prefiro evitar pelo bem da clareza. "Heterodoxos" devem, melhor, ser nomeados os modismos e dogmatismos no pensamento econômico corrente: o marxismo, o equilibrismo e o keynesianismo. "Ortodoxo", pelo bem do entendimento, deve ser vocábulo reservado ao que, prima facie, nos aparece como correto, porque o que é evidentemente correto só pode deixar de sê-lo pela ficção da teoria.
"Onde o homem encontra somente palavras, crê que também aí há algo para ser pensado", entoava Goethe. Entretanto, não se trata aqui de uma disputa de palavras. Os austríacos - assim denominaremos os pensadores dessa escola daqui por diante - reivindicam uma longa tradição que remete aos escolásticos espanhóis, a passar pela revolução marginalista de Menger, chegando, obscurecida, ao nosso século pelas fantasias socialistas.
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