quinta-feira, 4 de abril de 2013

Por que não "Revolução de 64"?

O covade João Goulat, hoje lembrado como
herói por ter fugido à sua responsabilidade


Já dá pra imaginar o rebuliço que a expressão "revolução de 64" usada hoje pelo senador Aécio Neves vai causar nos meios esquerdistas. Afinal, devemos reconhecer, essa gente trabalhou e trabalha muito para enfiar na cabeça tacanha do brasileiro a monstruosidade do Regime Militar e a santidade dos paladinos da democracia que foram os guerrilheiros e terroristas da chamada "luta armada" contra o regime. Não passa dia sem que um novo herói comunista da "democracia" seja inscrito no panteão brasileiro e, apesar de tudo isso, quem viveu o período sabe o que foram esses "heróis": crianças tolas e iludidas. Iludidas pela democracia? Nem de longe! Iludidas foram pelo canto da sereia do comunismos; mais especificamente, por aquela sereia pouco formosa, barbuda e falastrona, que habitava a idílica ilha de Cuba.

"Revolução de 64", "golpe de 64", que diferença faz? - O próprio senador desconversou. Mais a coisa provavelmente não ficará barata. É que a esquerda, como todos sabem, acredita deter o monopólio das boas intenções, através das quais qualquer mal meio é justificável, e não admitirá que o "golpe de 64" seja equiparado às gloriosas "revoluções" comunistas. De fato a comparação é injusta: como poderiam os pobres militares brasileiros promover aquelas lindas carnificinas de Stalin e Mao? Para não falar no doce sonho do Gulang, onde estaríamos muitos de nós fosse a vontade dos heróis que morreram nas mãos do Exército e da polícias naqueles negros anos de exceção. 

Quero defender o golpe de 64? De forma alguma. Mas se não chamamos golpe a proclamação da República; se não chamamos "golpe" a revolução de Getúlio em 30 e depois em 37; se não chamamos golpe à deposição do mesmo em 45; se não chamamos golpe ao acordo parlamentarista de 61, porque haveríamos de nos referir à 64 como "golpe"? Sim, podemos e, talvez, devamos. Mas isso não será capaz de transformar o covarde João Goulart (que preferiu fugir do país a enfrentar o levante de uma parte do Exércíto) em um herói, nem em heróis os que morrerão por suas próprias fantasias totalitárias. 

Justiça é a vontade constante e e perpétua de dar a cada um o que lhe é devido (Justitia est constans et perpetua voluntas jus suum cuique tribuendi): que o covarde seja lembrado como convarde; o torturador como torturador; o tolo como tolo; o fascista como fascista e o facínora como facínora. Nem mais e nem menos!

De quanta verdade precisaríamos agora sem nada ter feito por merecê-la!




Nenhum comentário: